quinta-feira, 29 de março de 2012

NOVAS CAUSAS, NOVOS CAMINHOS


O Congresso do PSD que decorreu em Lisboa no passado fim de semana, para além de se ter afirmado como um fórum de debate de causas e ideologias, trouxe também, para aqueles que estiveram mais atentos, um prenúncio duma nova fase política e, igualmente, governativa.

Até à data, e porque as circunstâncias assim o exigiam, à coordenação política do partido coube gerir um ciclo de políticas de austeridade e de equilíbrio financeiro da economia portuguesa. No entanto, coube também a gestão com pinças das possíveis reacções da sociedade civil mas, principalmente, de amparar as tentativas de golpe dos co-responsáveis pelas políticas que nos últimos 6 anos conduziram Portugal a uma pré-bancarrota.

E a verdade é que a gestão política deu frutos. Os portugueses, dum modo geral, reconheceram que este Governo não tinha outro recurso que não fosse aplicar as medidas draconianas de austeridade que implementou. Os portugueses sabem que não há alternativa, não haverá esperança dum futuro melhor se hoje não fizermos enormes sacrifícios  e se não exigirmos a todos, repito, a todos que contribuam para que este mau momento da economia portuguesa seja efémero.

As políticas do Governo têm sido elogiadas por essa Europa fora. As medidas tomadas têm sido aplaudidas pelos principais agentes políticos europeus e o esforço colectivo de todos os portugueses está a valer a pena. A descida acentuada das taxas de juro da dívida colocada no mercado é disso o espelho. Todos os olhos estavam, e ainda estão, sobre nós. E a mínima hesitação, a mínima cedência à demagogia da oposição seria um toque de finados do país e as comparações com a Grécia e com cenários catastrofistas seriam inevitáveis.

No entanto, este congresso trouxe uma nova brisa que trará consigo novas políticas. Reconquistada a confiança dos mercados externos, Portugal necessita de se lançar  em novos desafios que, na opinião do recém-eleito Vice-Presidente do PSD, Jorge Moreira da Silva, passarão necessáriamente pela produção de ideias, pela inspiração e pelo desenho de uma agenda de crescimento e criação de emprego. E eu acrescentava também uma maior abertura à sociedade civil, no âmbito da actual Reforma da Administração Local, política que, de acordo com os ecos da última reunião do grupo parlamentar do PSD com a ANAFRE já está a produzir resultados concretos. O PSD não irá certamente esquecer a sua génese: é um partido do povo que governa para o povo. E com certeza, estas novas brisas trarão consigo uma maior flexiblidade nos critérios de aplicação da lei da Reforma da Administração Local, dando mais voz às Assembleias Municipais e de Freguesia no que toca aos critérios de agregação de freguesias. É isto que todos desejamos e é esta a resposta àqueles que preferem a manifestação estéril ao invés de contribuirem com propostas e medidas concretas.
* a publicar no JORNAL DA MEALHADA online.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Jornalismo: da alcova à sarjeta

Há dias lia um artigo no "Público" que versava sobre a sobrevivência do jornalismo em suporte de papel, por contraponto com o suporte digital, muito mais apelativo e actual.
E como adepto fervoroso das novas tecnologias, abdiquei quase totalmente do suporte de papel e rendi-me ao maravilhoso mundo das aplicações tecnológicas.
A razão da escolha parece-me evidente por várias razões, entre elas a ecológica e a da actualidade. Quem é que quer ler hoje as notícias de ontem?
A nível local também se coloca essa problemática. E se há aqueles que se adaptam à nova realidade, afirmando-se em novos formatos, outros há que insistem na cristalização.
E como sobrevivem economicamente? Bem, não sendo lucrativos e até falseando de forma grosseira as "vendas" através da distribuição massiva e gratuita pelos estabelecimentos e instituições do concelho e concelhos vizinhos, insistem na defesa de interesses obscuros ora através do jornalismo de alcova, ora através do jornalismo de sarjeta.
A minha questão final é: sabendo todos nós que os jornais locais, mesmo com publicidade e assinaturas, são economicamente inviáveis, em nome de que interesses é que se mantêm vivos?